Carlos Alberto Lopes

quinta-feira, junho 28

FILHOS

A menina completava doze primaveras e já não mais se sentia uma criança, como seus irmãos. Dentro da naturalidade da seus doze anos, já começava o ver o mundo à sua volta com outros olhos. O olhar da adolescência, que a fazia mudar de fantasias, de esperanças, de sonhos.
Pouco brincava com sua coleção de bonecas, pois agora eram outras as suas prioridades. Agora eram agendas, foto de artistas, adesivos para roupas e outros coisas da idade critica, que a menina não e mais uma menina, ainda não e uma moça e pensa em ser mulher.
Trocar-se diante do pai? Nem pensar! Já lhe nascia o pudor. A vergonha de mostrar seu corpo, embora ele ainda estivesse em formação.
O pai {como todo pai) ainda a via como uma menina, que a poucos meses atrás ainda se trocava sem fechar porta do quarto, ou pedia para o pai fechar o zíper da calca, pois era duro de mover.
Agora, a presença do pai nestes momentos, fazia a garota corar e pouco falava com o pai agora. Não raro, cochichava ao ouvido da mãe, dizendo ser “coisa de mulher”, assuntos que, no ontem. falava abertamente frente ao pai.
Agora eram “coisas de mulher”, como seu pai, que ainda era o mesmo, de uma hora para outra, se tornasse um estranho.
Não mais procurava o colo do pai, como antigamente, e raramente lhe pedia algo, que agora sabia das coisas pela mãe, quando esta se lembrava de contar.
Vez ou outra, as duas irmãs se estranhavam”, e era uma dificuldade para a mais nova entender que a irmã já não era mais uma menininha...
Era, quase uma moça!
Ate os beijos, que o pai recebia, não eram freqüentes e melosos, como no antigamente.
Foi assim, neste clima de mudanças radicais, que a ex.- menina, quase mocinha, encontrou o seu primeiro namorado e a situação, pois a primeira paixão se tornou presente no coração e no sentimento da “menina moça”, ela não sabia muito bem o que acontecia.
Em meio a tudo isso, a natureza resolveu se manifestar, e a menina tornou-se freguesa da farmácia, de “28 em 28 dias”.
Agora, a menina era moca, quase uma mulher, e seu mundo tinha inicio com suas fantasias; seus medos; seus pudores e sua realidade.
O pai, como bom pai, longe estava de magoado, ao contrario; estava feliz, pois havia conseguido o quase impossível, pois a doze anos atrás lançara ao mundo real um ser humano completo, ou quase completo, e aquela menina que lhe sentava aos joelhos, pedindo histórias e dormindo antes do final, agora estava quase pronta para o mundo, só faltando-lhe o polimento orientado.
Quando o pai comentou com a mãe, e esta explicou o que ainda vinha pela frente, o pai entendeu:
“Filho criado, trabalho dobrado”
E o velho pai voltou a se preocupar..

Um comentário:

Lady Dell disse...

E assim as trnsformaçoes na vida!!
Se soubessemos que a infancia e tao bela...demorariamos mais a crescer...mas..as fases da vida vem sem menois nos perguntar..se aceitemos ou nao...Sejamos crianças..adolescente e adulto...mas sempre na hora certa...
Meu amigo carlos alberto sempre descrevendo mt bem...o real mundo ludico!!!
abraços
lady dell